As crises financeiras
Quando os mercados sobem e impera um clima de otimismo na economia, parece fácil fazer o seu dinheiro render. Os principais mercados acionistas mundiais vão valorizando e a riqueza vai crescendo. No entanto, como está amplamente estudado, os mercados financeiros são cíclicos, pelo que, tanto há períodos de valorização, como de perda de valor.
Historicamente os catalisadores que originam as crises financeiras são bastante diversos. Atualmente, o novo coronavírus tem sido responsável pela mais recente desvalorização nos mercados financeiros, causando mais estragos do que inicialmente se poderia prever nas economias mundiais.
Uma caraterística habitual nas crises financeiras é o aumento da volatilidade nos mercados. Os movimentos de subida e descida são mais pronunciados podendo criar pânico e ansiedade aos investidores pois os mercados parecem entrar em modo “montanha russa”. Os seus investimentos tanto podem desvalorizar 10% num dia, como valorizar 10% no dia a seguir ao sabor das notícias e dos rumores/expetativas dos investidores.
Investir a longo prazo
Nas condições referidas no parágrafo anterior pode tornar-se uma verdadeira roleta, para os investidores particulares, fazer investimentos de curto prazo. Os mercados reagem fortemente a notícias e boatos e muitas vezes de forma incoerente. Durante crises financeiras, com níveis de volatilidade elevados não é, de todo, aconselhado investir com horizontes temporais de investimento curtos.
A estratégia mais sensata poderá passar por pensar a longo prazo, ou seja, olhar para todos os investimentos com um horizonte temporal longo. Só desta forma é possível evitar todo o ruído existente no mercado e ter boas probabilidades de ter sucesso.
Ao tomar decisões de investimento deve pensar “o que tem potencial para estar valorizado daqui a 3 anos?” e não “o que tem potencial para valorizar daqui a 3 semanas?”. Com a primeira abordagem abstrai-se dos motivos temporários que estão a originar desvalorizações e o clima de incerteza nos mercados, focando-se assim num horizonte temporal mais longo.
Se há lições que as crises financeiras passadas nos ensinaram, a certeza de que tudo acabará por passar, é uma delas. Tal como foi referido os mercados são cíclicos, pelo que a seguir a períodos de desvalorização, surgem tempos de valorização generalizada dos mercados. Apesar da velocidade da recuperação poder ser diferente, a verdade é que, mais tarde ou mais cedo, esta acaba por ocorrer.
Algumas curiosidades:
“No geral, os mercados financeiros recuperam relativamente rápido das crises. Em 7 de 11 quedas históricas o S&P 500 demorou apenas um ano a retornar ao ponto mais alto antes da queda.”
“Desde 1950 se fechar os olhos durante qualquer período de 10 anos, veria sempre uma valorização no S&P 500 quando acordasse.”
“Historicamente os investidores que não venderam durante períodos de queda, foram recompensados a longo prazo.“
Procurar investimentos em tempos de crise
Os tempos de crise podem trazer excelentes oportunidades de investimento. A desvalorização generalizada traz consigo preços de saldo para participações em empresas, unidades de participação em fundos de investimento prestigiados, entre outros. Fundos de investimento premiados pela Morningstar como o Optimize Obrigações FIMAO (Melhor Fundo Nacional de Renda Fixa) e o Optimize Investimento Activo FIMAF (Melhor Fundo Nacional Misto) são exemplos disso.
Para procurar as opções com mais potencial de lucro deve olhar para os setores mais afetados pela crise atual. Na crise financeira de 2008, um exemplo de setor fortemente prejudicado, que originou boas oportunidades de investimento, foi o imobiliário. Nesta nova crise provocada pelo coronavírus uma das áreas que está a registar uma quebra mais acentuada é o das viagens, turismo e lazer.
Por outro lado, ao analisar opções de investimento, um dado importante a ter em conta é o comportamento desse ativo em crises financeiras passadas. Desta forma consegue-se ter uma noção daquilo que pode ser a evolução expetável da cotação a longo prazo. Podem existir setores que recuperam mais rapidamente das crises financeiras do que outros. Ainda assim, naturalmente, cada crise é diferente e os motivos que levaram a ela podem originar comportamentos distintos.
Conclusão
Durante períodos de queda generalizada dos mercados, como vivemos atualmente, a história ensina-nos que a tomada de decisões de resgate precipitadas podem ser o principal inimigo do investidor particular. Em tempos de grande volatilidade e incerteza, todas as decisões de investimento devem ser particularmente ponderadas e refletidas.
Adotar uma perspetiva de longo prazo pode ser a decisão mais acertada para a maioria dos investidores. Esta permite dar tempo para que o mercado possa recuperar e assim ultrapassar mais uma crise financeira. É isso mesmo que a história nos ensina. A seguir a momentos de crise, surgem períodos de valorização e retorno aos níveis anteriormente atingidos.